segunda-feira, 26 de julho de 2010

Nova Ampliação do Porto de Rabo de Peixe não convence os Pescadores



Regional 2010-07-25 16:02
O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, apelou hoje ao envolvimento dos pescadores de Rabo de Peixe na procura da melhor solução para a ampliação do porto de pesca desta vila da costa norte de S. Miguel.
“Queremos que seja feito o que os pescadores achem melhor para a segurança e qualidade do seu trabalho”, afirmou Carlos César, frisando que “com a ajuda dos pescadores teremos uma obra melhor”. O presidente do executivo açoriano revelou que estão destinados 12 milhões de euros para esta obra, que se pretende que venha a criar “o melhor porto de pesca virado a norte nos Açores”. Para isso, defendeu ser necessário conciliar os conhecimentos técnicos dos engenheiros e arquitectos com “a experiência da vida” dos pescadores, apelando à “humildade de ambas as partes” envolvidas neste processo. Carlos César falava em Rabo de Peixe na sessão de apresentação do projecto preliminar de ampliação do porto de pesca, que originou algumas críticas e dúvidas entre os pescadores presentes. O projecto preliminar baseia-se na construção de um molhe por dentro do actual, que será prolongado e alteado, criando duas bacias interiores protegidas do mar. Apesar das explicações técnicas que foram apresentadas, a solução defendida, que resultou do estudo de três alternativas, num total de 11 variantes, não convenceu os pescadores locais. A localização do novo molhe interior, a altura do actual molhe e a questão da segurança na entrada do porto foram alguns dos problemas levantados pelos pescadores, a maioria dos quais não se mostrou favorável à opção apresentada pelo arquitecto Silveira Ramos. O projecto preliminar hoje apresentado aos pescadores pretende aumentar a segurança dos pescadores na entrada e saída do porto, criar mais postos de estacionamento no interior do porto e garantir que as embarcações podem permanecer na água durante todo o ano. Silveira Ramos recordou, no entanto, que o porto de Rabo de Peixe se situa numa “zona difícil”, onde rebentam ondas com 13 metros em dias de tempestade, frisando que “não há milagres”. “Este porto é especialmente perigoso nas condições de entrada, não vou ‘vender banha da cobra’ e dizer que vão passar a entrar sem perigo nenhum”, afirmou. Carlos César quer que os pescadores se envolvam na procura da “melhor solução”, admitindo que este período de discussão se prolongue até ao final do ano, para que o concurso possa ser lançado no início de 2011 e as obras ainda arranquem no próximo ano. A vila de Rabo de Peixe é uma das mais importantes comunidades piscatórias dos Açores, com cerca de sete dezenas de embarcações que se dedicam a esta actividade.
Lusa/AO online
Seria de todo pertinente que os clubes e associações de desportos de ondas dos Açores também fossem tidos e achados neste projecto, podendo assim, chegar-se a uma solução consensual que fosse conveniente para todos os que usufruem daquele local.

8 comentários:

  1. Boas,

    Esta é a hora. Às pessoas que disseram querer proteger as ondas dos Açores via divulgação nacional e mundial provem a que quem vos criticou estavam errados... mostrem que afinal conseguem entrar em conversações com o poder político e mostrar que o novo projecto terá de ser conciliado com as actividades de ondas.

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  2. Nem mais! Senão é a estocada final naquele spot... Meus senhores bodyboarders e surfistas, pura e simplesmente, ali jaz um dos melhores fundos de todo o mundo para quebrarem ondas de gala, daquelas que se vêem nos filmes. Além de que, e do que sei e do que me contam, aquela onda era a nossa solução para a falta de consistência gritante dos nossos dias actuais, pois bastava uma "nica" de swell, na maré certa e lá rolavam umas.
    Hoje em dia, apesar de anos luz da onda antiga, a verdade é que RP era uma alternativa em determinados dias.
    Não devemos deixar de tentar evitar mais um "ondacídio"!

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  3. Estou com o Alexandre! De que serve toda a conversa da USBA e do seu presidente, todo esse esforço megalomano de trazer campeonatos e gastar dinheiro a toa se na prática não se consegue preservar uma onda. É que se a USBA não consegue cumprir os seus objectivos então que não ande a tentar convencer as pessoas que a divulgação é que é a solução. Certamente virá alguém dizer que se se tivesse divulgado mais isto não aconteceria, mas isso é conversa para tentar continuar a enganar alguém.

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  4. "Pessoal da faina", antes de mais os meus sentidos pêsames pela hipotética perda futura da clássica onda de RP. Por cá, na Terceira, sabemos muito bem o que estão a sentir. Acho que o recado que consta nos jornais é simples: estando correcta a notícia, na síntese sobre esta obra, emanada para a Comunicação Social, a liderança da Região Autónoma dos Açores é clara em falar de pescadores, de segurança, de molhes alteados e de bacias interiores protegidas do mar. Logo a seguir os OCSs usam a expressão do projectista "Não há milagres" e o mesmo também toca o conceito da "banha da cobra" enquadrado nos perigos que serão sempre uma presença num porto na Costa Norte dos Açores. Que eu saiba não há uma única alusão aos desportos de ondas. Ou seja, o destino da dita onda está pré-traçado e tem autor: Vai ser feita uma obra que, evidentemente, não conseguirá resolver todos os problemas de segurança reais e em cuja pré-equação não estarão incluídas preocupações com os desportos de ondas. Posso perceber que queiram degolar um qualquer bode porque, acreditem, vocês estão a entrar na 1ª Fase da longa e lenta agonia que estas situações provocam: a fase da revolta. Esta fase gera desunião e põe ao de cima toda a imaturidade que cada um de nós encerra, mesmo tendo todos objectivos comuns. Alguém terá decidido que a questão dos desportos de ondas não é importante no Porto de RP nesta fase. Podemos não saber ao certo quem é o responsável por essa decisão mas certamente sabem que certas pessoas, por mais que discordem das mesmas, nunca promoveriam esta linha de raciocínio. Tendo bem presente todos os interesses envolvidos e pegando na experiência Terceirense resta-vos, na pior da hipóteses, morrer de pé e com dignidade, tentando até ao fim fazer incluir essas preocupações dos desportos de ondas na equação final do projecto. Muito provavelmente não o vão conseguir mas, num cenário de derrota quase certa, tentar lá chegar em conjunto é bem mais edificante que andar a cortar traqueias para debelar a justa frustração. Como sempre desejo-vos o melhor!

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  5. Tens razão no que dizes João Monjardino, porém a questão não é degolar alguém a questão é perceber que todo o discurso e acção da USBA na realidade para nada serve se neste caso não conseguir mostrar a quem surfa que as suas acções tem efectivamente um resultado útil: Salvar as ondas dos Açores. Todo os projectos levados a cabo pela USBA são apresentados como formas "eficazes" de salvar ondas na realidade mostram-se apenas capazes de fazer gastar o pouco dinheiro existente para estas coisas em campeonatos mundiais também estes de utilidade dúvidosa.

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  6. Caro Anónimo, é a tua opinião e eu vou ter que a respeitar. Lembro que esta questão dever ser vista alguns patamares acima. Tomara que as USBA e ASSM tivessem o poder de decidir esta questão. Como saberás nem é uma questão só de desportos de ondas, bem longe disso por mais que nos custe. As associações existem e podem ser consultadas mas nunca poderiam obrigar os decisores a essa consulta.
    Se lhes fosse dada a oportunidade tenho a certeza que qualquer uma delas ou as duas tentariam o seu melhor nesta questão. Em fases de torpedeamento não é muito aconselhável haver acertos de contas a bordo. Eu, tal como muitos fizeram por cá, guardaria os diferendos pessoais, legítimos ou não, para tempos melhores e passaria a ter uma cara e um nome. Com toda a frontalidade que me é possível lembro a frase que os velhotes do campo usam em tempos de dificuldades: "Muito ajuda que não atrapalha". Desejo-vos a melhor das sortes!

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  7. Aqui vai a minha opinião.
    Que a onda de Rabo de Peixe está por um fio, já todos percebemos, se há vontade política para conciliar as ondas com os votos, é que já não tenho a certeza.
    O porto de Rabo de Peixe sempre foi uma aposta nos votos e não na resolução dos problemas dos pescadores.
    Desde a sua construção mais recente, os pescadores passaram a ficar em terra com ondulações acima dos quatro, cinco metros. O que não acontecia com o velhinho porto em que os homens do mar se faziam ao mesmo com ondulações bem acima disto! Não foi por falta de aviso, dos que realmente sentem o mar na pele que a obra teve uma forma mais cuidada na sua execução. O resultado da mesma foi a extinção da melhor onda de São Miguel (na minha modesta opinião) e um porto que à dez anos serve de muito pouco, infelizmente.
    Agora e segundo a escorregadela do próprio projectista, o mesmo porto, irá de mal para pior e ainda por cima, dá direito a ficar sem o que resta das nossas excelentes ondas de Rabo de Peixe.
    Vamos a ver se realmente querem ouvir quem está naturalmente habilitado para dar a sua opinião nesta matéria, ou se é só mais uma jogada na caça ao voto.
    Esperamos para ver.
    Boas ondas e que Neptuno esteja do nosso lado!!!
    Sagão

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  8. Ora nem mais Grande Sagão! 110% de acordo! "É aí que está a França", saber se há vontade política ou não. O resto é palha!

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