Escrito por MARCO HENRIQUES
Terça, 05 Janeiro 2010 11:25 - Diário dos Açores
Ricardo Ferreira foi o melhor açoriano no Ribeira Grande Open09, terceira e última prova do Circuito Nacional de Bodyboard Open e Feminino, realizada em Dezembro na praia de Santa Bárbara.O atleta de São Miguel é o actual vencedor do Circuito Regional de Bodyboard e embora não tenha conseguido superar a sua melhor classificação no nacional deu mostra que os Açores também podem ser bem representados nesta modalidade.O bodyboarder, mais conhecido na comunidade dos desportos de ondas como “Caveira”, fez jus ao seu nome e deu tudo numa prova muito competitiva como o foi o Ribeira Grande Open09.“Boas ondas, e atletas motivados fizeram deste dia um excelente começo, de que se destaca Ricardo Ferreira um bodyboarder local que alcançou logo na primeira ronda 16.66 pontos, o melhor score da prova”. Estas são algumas das referências que se viram nos órgãos de comunicação social nacionais e que dão o merecido destaque a RF.O DA entrevistou RF que nos mostrou como se pratica a modalidade nos Açores e quais as perspectivas que tem para o bodyboard nas ilhas açorianas.
DA - Uma leitura do recente campeonato disputado aqui em São Miguel em que foi o melhor classificado a nível regional RF - Acho que o campeonato foi bem organizado, foi bonito ver campeões e ver surfar nomes que constam dos melhores a nível nacional e europeu.DA - Acha que é importante a realização destas provas cá? Existem apoios para tal?RF - Sim, claro que é importante para divulgar os Açores como bom destino de ondas. É bom para os praticantes regionais de bodyboard. Assim fica mais fácil competir a nível nacional. Além disso, temos um bom leque de atletas que podem, se forem devidamente apoiados, dar muitos frutos e alegrias aos açorianos... quanto aos apoios já se começam a ver mais. Mas no meu caso só depois de 14 anos de prática é que consegui ter algum apoio. DA - Como se encontra a modalidade de bodyboard nos Açores? RF - A modalidade encontra-se em desenvolvimento, cada vez mais vemos crianças a aprender este desporto e os que já praticavam estão a melhorar o seu nível de surf.
DA - Os praticantes já podem competir a nível nacional? RF - Pode-se competir sempre a nível nacional, mas para nós é muito dispendioso correr no nacional porque temos que pagar as passagens, estadia e alimentação. Pelo menos no meu caso nunca houve comparticipações a este nível. Espero, como já referi antes, que com a vinda de provas de título Nacional tudo fique mais fácil para os atletas regionais. DA - Existem duas associações a nível regional, existem também algumas iniciativas para aprendizagem na modalidade. Acha que o bodyboard se pode desenvolver e colocar os Açores como uma montra a nível nacional?vRF - Sim é verdade, o bodyboard encontra-se em expansão e já temos atletas que estão muito ao nível dos atletas nacionais, tais como Ivo Batista, Luís Furtado, Miguel Furtado, Pedro Correia, Sérgio Rego, Rodrigo Rijo e muitos outros, falta sim a competição de alto nível. Já se começam a ver muitas iniciativas em prol desta modalidade, mas espero ver muitas mais a acontecer. DA - Como classifica a qualidade das ondas, das praias e sítios para a prática? RF - Temos ondas de muito bom nível, o norte é dos “spots” com melhores condições para a prática deste desporto, nomeadamente a Praia de Santa Bárbara e Maia. Vivemos em ilhas, tudo fica mais fácil, existe sempre uma onda para surfar num spot qualquer.
DA - Sabemos que tem viajado por outras paragens, nomeadamente para as Canárias. Quais é que são as grandes diferenças dos praticantes das ondas...RF - As Canárias são o Hawai da Europa como dizemos na gíria dos praticantes de desportos das ondas. Eles estão muito habituados a competir e surfam praticamente todos os dias, têm um quintal de sonho onde, e, se quiserem, têm boas condições para surfar quase que diariamente.
DA - O Ricardo conseguiu um bom resultado. Tem apoios para a prática da modalidade? RF - Os apoios que tenho são as pranchas da marca PRIDE e da surf shop “Espaço azul”. Já são apoios muitos bons porque, e infelizmente, muitos dos que cá praticam não são apoiados, apesar de já se começarem a ver melhores condições e mais alguns apoios.
DA - Gostaria de se tornar, eventualmente, profissional? É possível para um açoriano fazê-lo? RF - Esse é o sonho de qualquer bodyboarder, mas fica mais difícil ser profissional quando ainda não se vêem apoios suficientes das entidades competentes. Continua-se a gastar milhões noutros desportos, como por exemplo no futebol. Quando fui ao nacional tive que trabalhar e gastar o dinheiro que ganho como barman no café Cliper para poder competir no Nacional; tive inclusive que sacrificar as minhas férias. Desta forma fica complicado. Se o dinheiro estivesse lá era bodyboarder a tempo inteiro, quem sabe abria a minha escolinha... DA - O que mais gosta do bodyboard? Como se sente quando pratica? RF - Só sabe quem faz. Podia arranjar 1001 maneiras ou palavras para descrever, mas provavelmente não iria encontrar nenhuma que descrevesse por inteiro...
Fonte: http://rodrigo-rijo.blogspot.com/ e Diário dos Açores
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por opção editorial, o exercício da liberdade de expressão é permitido, excluindo,todos os comentários anónimos com linguagem inapropriada, considerada abusiva, que serão imediatamente apagados. Nas caixas de comentários abertas ao público disponibilizadas pelo Wave Riders Açores em www.waveridersacores.com. Os textos aí escritos podem, por vezes, ter um conteúdo susceptível de ferir o código moral ou ético de alguns leitores, pelo que o Wave Riders Açores não recomenda a sua leitura a menores ou a pessoas mais sensíveis.
As opiniões, informações, argumentações e linguagem utilizadas pelos comentadores desse espaço não refletem, de algum modo, a linha editorial ou o trabalho do Wave Riders Açores.
O Wave Riders Açores reserva-se o direito de proceder judicialmente ou de fornecer às autoridades informações que permitam a identificação de quem use as caixas de comentários em www.waveridersacores.com para cometer ou incentivar atos considerados criminosos pela Lei Portuguesa, nomeadamente injúrias, difamações, apelo à violência, desrespeito pelos símbolos nacionais, promoção do racismo, xenofobia e homofobia ou quaisquer outros.